quarta-feira, 2 de junho de 2010

Línguística - material para o trabalho

1. INTRODUÇÃO
A variante linguística diatópica, objeto do presente trabalho, é estudada pela Sociolinguística, ramo da ciência da linguagem que estuda a língua em uso. Seu campo de trabalho abrange as variações lingüísticas, isto é, os diversos usos individuais da linguagem.
No caso específico de nosso trabalho abordaremos as características regionais da fala.
O Estruturalismo de Saussure
Faz-se necessário, entretanto, antes de entrarmos no tema propriamente dito, citarmos o estudo do estruturalista Ferdinand Saussure, base para qualquer estudo lingüístico que se queira desenvolver.
Este linguista, na primeira metade do século XX, estabelece a dicotomia: língua e fala que chamou respectivamente de langue e parole.
Saussure define que o uso individual da linguagem não faz parte do objeto de seu estudo científico. Diz Saussure que a fala é extremamente ampla, tem muitas faces, muitos ângulos, e não há método científico que consiga abranger todos esses aspectos. Chama-a então de heteróclita e multifacetada, que não permite fazer generalizações, já que cada um usa a língua de um jeito.
Sua preocupação então restringe-se à langue – parte social da língua, que não se pode modificar, porque é domínio de todos.
Noção de Norma
Saussure não estuda a fala. Por exemplo, o r retroflexo não faz parte de seus estudos. A linguagem saussuriana é social, não individual.
Surge então a contribuição do linguista romeno Eugenio Coseriu, que propôs um acréscimo à dicotomia saussuriana introduzindo o conceito de norma – não como restrição, mas como conceito de linguagem normal.
A tricotomia de Coseriu vai do mais concreto (fala, uso individual da norma) ao mais abstrato (língua, sistema funcional), passando por um grau intermediário: a norma (uso coletivo da língua).
Em outras palavras, há realizações consagradas pelo uso e que, portanto, são normais em determinadas circunstâncias lingüísticas, previstas pelo sistema funcional.
É à norma que nos prendemos de forma imediata, conforme o grupo social de que fazemos parte e a região onde vivemos. A norma seria assim um primeiro grau de abstração da fala. Considerando-se a língua (o sistema) um conjunto de possibilidades abstratas, a norma seria então um conjunto de realizações concretas e de caráter coletivo da língua. (http://www.jackbran.pro.br/linguistica/norma_coseriu.htm-em 31/05/2110)
“Com o conceito de norma, os estudos lingüísticos fundam uma Sociolinguística, que observa com atenção as relações entre a língua e os fatores sociais, geográficos e históricos que determinam sua realização.”(FIORIN, JOSÉ LUIZ, 2010,pág.93)

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