
De tanto ver os episódios de Mr. Bean, cheguei à seguinte conclusão: Mr.Bean é desonesto, solidário, egoista, frio, palhaço, mau, solitário, infantil e monstro. Mr. Bean é a sutileza da debilidade humana, mas que todos amam, porque está somente no mundo virtual, distante de nossa vida, distante de nossos desastres diários com nossa complicada maneira de lidar com nossos desejos enganosos. Mr. Bean lida com eles da forma mais country sem se importar com as conseqüências, porque Mr. Bean não é a causa, Mr. Bean já é o resultado. Todos nós temos um pouco desse personagem inverossímel. Rimos de suas fraquezas, rimos de sua falsa ingenuidade, damos gargalhadas homéricas diante de suas estropolias. Bean não tem companhia porque a sua solidão é a semente de sua existência. Bean não ama, porque não lhe chegou o amor. Bean é como se fosse um boneco vivente, sem espírito, sem julgamentos, vivendo para si mesmo...Posso afirmar que vi tudo o que saiu em VHS ou DVD sobre essa tresloucada criatura.

Recentemente me surpreendi com Johnny English, que não era Bean, mas Rowan Atkinson, que, todavia, não conseguiu se divorciar - é certo que de modo intencional - das tonterias do seu personagem maior. Enfim, em certos dias e em muitas situações, observamos esse espírito inglês caricato naturalizar-se brasileiro e "baixar" em muitos prédios de uma cidade suntuosa, milionária - rodeada de todas as demandas sociais que possam ser imaginadas e não atendidas - chamada Brasília.
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