sexta-feira, 30 de julho de 2010

Diário descoberto na lembrança

Tempos de café com leite e pão com manteiga. Tudo quentinho, à mesa com todos, música no rádio elétrico, o sol batento nas coisas, os pássaros cantando fervorosamente pelo dia lindo que se faz. Ouve-se o canto de um galo além. Não passa carros na rua e quando passa é o leiteiro. O lixo é da SURSAN. Mas o café me sabe delicioso. Mês de julho é mês de férias. Minha mãe senta-se comigo à mesa e comenta um fato ou outro das notícias que estamos ouvindo. Eu ouço tudo feliz, protegido, debaixo de um teto que me acolheu. Meu pai já está saindo para o trabalho. Não percebo quando ele dá tchau e minha mãe me chama à atenção. Gosto desse cuidado. Gosto desse afeto na correção. Acabo o café e estou pensando nas coisas que vou fazer: vou ao jornaleiro comprar minha revista em quadrinhos, depois jogar bola na rua com meus colegas e por fim almoçar nesta mesma mesa. Darei também uma escapadinha na casa do meu avô que fica nos fundos. Lá estará sempre com o seu sorriso terno e amável. Depois olharei o pé de abiu para ver se há alguma fruta madura e voltarei para ler minha revista. Gosto de ouvir as novelas de rádio com minha mãe. São da Rádio Nacional. Ouço as galinhas anunciando a colocação de ovos. Tudo muito calmo, divertido...Procuro trazer esse tempo para hoje...É impossível, tudo mudou...São páginas de um diário que não escrevi, mas que ficou registrado na minha mente. O ambiente daqueles dias já não é mais o mesmo, a cultura e as pessoas tampouco são. Eu, então, muchacho, imagine...Um garoto sem mácula se vê transformado. Digo, entretanto, que vivemos os melhores dias de nossa vida. São dias de grandes expectativas. Espero 2012 com o dom da fé que há em minha mente. Não peço mais nada. Simplesmente confesso. Como escreveu o apóstolo Paulo: que Abraão chamava as coisas que não eram como se fossem. Eu faço o mesmo, trago à existência, em minha vida, os poderes do século vindouro - o que vivemos. Os religiosos desconhecem isso, não gostam disso, odeiam isso. Mas tudo isso está escrito em suas próprias bíblias. No tempo de garoto eu vivi anos incomuns. Exercitei os meus sentidos, conheci o bem e o mal, cresci para me encontrar com a ciência da nova criação - o evangelho de Paulo. Hoje eu olho para trás e vejo que minha trajetória foi linda. Reinei em vida sobre o sofrimento e encontrei graça e contentamento nos dias que passaram. Hoje eu reino com essa justiça. Há frutos que se manifestam diariamente na minha vida. E o grande mistério que se aclara é que tanto podemos falar de coisas do passado como do presente sem nos magoarmos, sem ressentimentos, sem amargura...O passsado só não tem o conhecimento novo. Foi um espaço especial, uma outra geografia, para os primeiros passos da senda por onde eu haveria de seguir.

http://www.jesuscristohomem.blogspot.com

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