
Li, não sei onde, que "os loucos e as crianças são os únicos que dizem a verdade. Por isso os primeiros estão confinados e os últimos são educados".
Será que o que deve ser falado ou o que deve ser escrito é o que sai realmente de tua boca ou dos teus dedos no teclado?
No frigir dos ovos, ao pensarmos, falamos e escrevemos o que não queremos. O medo é o nosso verdadeiro crítico. Queremos ser os melhores e limitamos “nuestra piel”. Não sai muita coisa dessa carne, que na hora da revelação, fica entre a cruz e o punhal. E o punhal é o grande vencedor. Nossos artigos são apenas o que sobra de nossa autocensura. Dentro desse aspecto, quero dizer que texto livre é um produto de contenção intelectual. Quem não gostaria de dar porrada firme em algumas manifestações que lemos neste site? Mas não podemos, porque a sociedade é punitiva, moralista e não perdoa. Então, o que fazemos? Ficamos nas coxeiras, disciplinados, contidos, sabendo que Fernando Pessoa estava errado quando escreveu que “tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
Desde que nascemos levamos a famosa palmada na bunda para chorarmos, aí choramos quando queremos uma coisa e não conseguimos, choramos para ir à escola, choramos quando apanhamos dos coleguinhas, choramos quando apanhamos de nossos pais e choramos quando vemos que tudo isso é natural à luz do que já existe.
E assim, chorando ou não, nessa reflexão de janeiro, notamos que tudo que está vindo por aí, é sob a égide da Globo, ou do Flamengo ou da “impreinsa” paulista.
O espetáculo da vida vai ser o Fantástico; ou a chuva que cai com força e alaga a terra dos Bandeirantes; ou ainda o programa do Datena que sempre está dando esporro em seus auxiliares enquanto, dos estúdios, dirige o helicóptero do Comandante Hamilton.
Esse é o grande cenário de 2010, enquanto a morte ronda os desabamentos, as enchentes, quedas de pontes, os assaltos na zona norte do Rio de Janeiro...
Agora, do Leme ao Pontal “não há nada igual” diria Tim Maia.
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