terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Tempos modernosos, minha repulsa...


Tenho ojeriza a termos modernosos que a mídia tem usado ultimamente. Há anos atrás, quando uma pessoa estava hospitalizado por acidente, a imprensa noticiava: fulano de tal não apresenta risco de morte. Agora é dito: o quadro de saúde de sicrano não apresenta risco de vida. Troca-se 6 por meia-dúzia, enfim... Outra expressão estranha é se dizer: esse assunto passou a ser recorrente, ao invés de dizer cíclico ou periódico. Quando uma autoridade é presa, diz-se que o deputado tal foi indiciado pelo suposto crime de malversação do dinheiro público. Ah, também interessante é quando um menor comete um delito e é preso, mas não é preso. Diz-se que o menor JLI foi apreendido e não preso. Minha tia Albertina, que “adora” menor infrator exclama, com o seu sotaque lusitano: porrada no saloio! E assim nossa sociedade vai evoluindo na grande mudança do século. Detesto quando é entrevistado um jogador de futebol e ele fala na terceira pessoa. Tio Manoel faz um ar de muxoxo, mas só reclama se o jogador é do Flamengo, dado o seu grande ódio pelo rubronegro. Estou certo de que estamos em época de total confusão. Se olharmos para as personalidades que estão aí, chefiando nações importantes e outras nem tanto, parece que o mundo está mergulhado em Banho-Maria. Há uma espécie de pensamento único. Não há mais divergência, não há mais polaridade...Tudo se ajusta, tudo volta ao normal, seja qual for a questão...Parece que isso é bom, mas não é. Enquanto não se vê algo que brilhe, eu vou ao cais para ver meu barco, em ondas calmas, velas enfunadas, desmanchando o cabelo das ondas, como está numa poesia que escrevi há muitos anos atrás...

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